🌳 Geografia A Floresta Amazônica, muitas vezes chamada de “pulmão do mundo”, abriga mais de 10% de todas as espécies conhecidas no planeta. Ela desempenha um papel vital na regulação do clima global, armazenando enormes quantidades de carbono e produzindo cerca de 20% do oxigênio da Terra. Mas você sabia que, nos últimos 50 anos, quase 20% da Amazônia foi desmatada? 🌎
A destruição desse bioma tem impacto direto no aquecimento global e na biodiversidade. A preservação da Amazônia é crucial para o equilíbrio ecológico global!Digite o que precisa e o webgeo.net.br ajuda você!
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
O Papel das Grandes Navegações na Formação do Mundo Moderno
Introdução
As Grandes Navegações, ocorridas entre os séculos XV e XVII, foram fundamentais para a formação do mundo moderno, conectando continentes e promovendo a troca cultural e econômica global.
Desenvolvimento
Motivações e Descobrimentos:
- Motivações: A busca por novas rotas comerciais, a expansão do poder europeu e a curiosidade científica foram os principais impulsionadores das navegações.
- Descobrimentos: Navegadores como Vasco da Gama, Cristóvão Colombo e Fernão de Magalhães descobriram novas rotas e continentes, alterando o mapa global e estabelecendo contato entre as Américas, a Ásia e a Europa.
Impactos:
- Impacto Econômico: A abertura de novas rotas comerciais aumentou o comércio de especiarias, metais preciosos e outros bens. As economias europeias experimentaram um crescimento significativo.
- Impacto Cultural: O encontro entre diferentes culturas levou a uma troca intensa de conhecimentos, tecnologias e práticas culturais, além da colonização e exploração.
Consequências Globais:
- Colonização e Exploração: A colonização das Américas e outras regiões levou à exploração e ao domínio europeu, com impactos profundos sobre as populações locais.
- Globalização Inicial: A integração de mercados globais e o surgimento de uma economia mundial começaram a tomar forma durante esse período.
Exercícios
Questões de Múltipla Escolha:
- Qual navegador é famoso por ter descoberto o caminho marítimo para a Índia? a) Cristóvão Colombo b) Vasco da Gama c) Fernão de Magalhães d) Bartolomeu Dias
Questões Discursivas:
- Explique as principais motivações por trás das Grandes Navegações e como elas influenciaram a economia global.
- Discuta as consequências culturais e sociais do encontro entre europeus e povos indígenas durante as navegações.
terça-feira, 10 de setembro de 2024
A História do Brasil Colônia
Introdução
O período colonial do Brasil, desde a chegada de Pedro Álvares Cabral em 1500 até a independência em 1822, foi marcado por complexas interações entre colonizadores europeus, povos indígenas e africanos escravizados, moldando a sociedade e a economia do Brasil.
Desenvolvimento
Exploração e Colonização:
- Chegada dos Portugueses: Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil em 1500 e iniciou a exploração do território. A exploração foi seguida pela implementação do sistema de capitanias hereditárias para a colonização.
- Economia Colonial: O cultivo de açúcar foi a base da economia colonial, com a instalação de engenhos e a introdução de mão de obra escrava africana.
Sociedade Colonial:
- Estrutura Social: A sociedade colonial era estratificada, com a elite colonial formada por grandes proprietários de terras, seguida pelos pequenos proprietários, indígenas, escravizados africanos e uma classe média emergente de comerciantes e artesãos.
- Cultura e Religião: A cultura colonial foi marcada pela influência portuguesa, com a construção de igrejas, a presença do catolicismo e o desenvolvimento de uma identidade cultural híbrida.
Conflitos e Mudanças:
- Rebeliões e Resistências: Houve diversas revoltas, como a Revolta dos Malês e a Inconfidência Mineira, refletindo descontentamentos e a luta por maior autonomia.
- Caminho para a Independência: A influência das ideias iluministas e a crise do Império Português contribuíram para o processo de independência em 1822.
Exercícios
Questões de Múltipla Escolha:
- Quem foi o responsável pela chegada dos portugueses ao Brasil em 1500? a) Vasco da Gama b) Pedro Álvares Cabral c) Fernão de Magalhães d) Cristóvão Colombo
Questões Discursivas:
- Descreva o impacto do cultivo de açúcar na economia e sociedade colonial.
- Analise a estrutura social do Brasil Colônia e discuta como os diferentes grupos interagiam entre si.
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
A Revolução Industrial: Transformações e Impactos
Introdução
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no final do século XVIII, foi um período de profundas mudanças tecnológicas, econômicas e sociais. Este momento crucial da história não apenas alterou a forma como os produtos eram fabricados, mas também teve impactos duradouros na sociedade e no meio ambiente.
Desenvolvimento
Origens e Inovações:
- Contexto Inicial: A Revolução Industrial começou com a invenção de máquinas que revolucionaram a produção. A máquina a vapor, desenvolvida por James Watt, permitiu a mecanização de fábricas e transportes. O tecido mecânico, como a desmotadora de algodão de Eli Whitney, aumentou a produção e a eficiência.
- Inovações Tecnológicas: O uso de ferro e aço para a construção de máquinas e infraestrutura, e a introdução de novos processos de fabricação, como o sistema de linhas de montagem.
Mudanças Sociais:
- Urbanização: A migração em massa para as cidades resultou em um crescimento rápido e muitas vezes desordenado das áreas urbanas. A criação de bairros operários e a transformação dos centros urbanos em áreas industriais.
- Condições de Trabalho: A jornada de trabalho era extensa e as condições eram precárias. A luta por direitos trabalhistas e a formação de sindicatos emergiram como respostas a essas condições.
Impactos Ambientais:
- Poluição: O aumento das fábricas levou a um aumento significativo na poluição do ar e da água. As emissões de carvão e o descarte inadequado de resíduos afetaram a qualidade de vida nas cidades industriais.
- Mudanças no Uso da Terra: A expansão urbana e a agricultura intensiva resultaram na degradação de áreas naturais e na perda de biodiversidade.
Exercícios
Questões de Múltipla Escolha:
- Qual invenção é considerada um marco inicial da Revolução Industrial? a) A prensa tipográfica b) A máquina a vapor c) O telescópio d) O motor a combustão
Questões Discursivas:
- Analise como a invenção da máquina a vapor alterou a produção industrial e o transporte.
- Discuta as principais consequências ambientais da Revolução Industrial e como a sociedade começou a reagir a essas mudanças.
quarta-feira, 4 de setembro de 2024
Dinâmica da População Brasileira: Migrações e Urbanização
A dinâmica populacional brasileira é marcada por um processo contínuo de urbanização e migrações internas. Esses fenômenos têm implicações profundas para o desenvolvimento econômico e social do país.
1. Migrações Internas Historicamente, o Brasil experimentou grandes movimentos migratórios internos, com populações migrando do nordeste para o sudeste em busca de melhores oportunidades econômicas. Esse fluxo de pessoas tem impactado as cidades, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro, que recebem um grande número de migrantes.
2. Urbanização A urbanização acelerada tem levado a um crescimento das áreas metropolitanas, com desafios como a expansão de favelas e a demanda por infraestrutura. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro enfrentam problemas relacionados ao transporte, saneamento e habitação.
3. Desigualdade Regional As migrações também evidenciam desigualdades regionais, com o nordeste enfrentando maiores dificuldades econômicas em comparação com o sudeste. Esse desequilíbrio influencia políticas públicas e programas de desenvolvimento regional.
4. Impactos Sociais A mudança demográfica tem impactos sociais, incluindo a diversidade cultural nas grandes cidades e a pressão sobre os serviços públicos. A integração de novos habitantes nas áreas urbanas é um desafio contínuo.
5. Futuro da População Brasileira O Brasil continua a experimentar mudanças demográficas, com projeções indicando um envelhecimento da população e mudanças nas tendências migratórias. As políticas públicas precisam se adaptar para enfrentar esses desafios futuros.
Exercícios:
Qual foi um dos principais destinos dos migrantes internos no Brasil?
- A) Norte
- B) Centro-Oeste
- C) Nordeste
- D) Sudeste
- Resposta: D) Sudeste
Qual cidade brasileira é conhecida por enfrentar problemas de expansão de favelas devido à urbanização?
- A) Salvador
- B) Fortaleza
- C) São Paulo
- D) Manaus
- Resposta: C) São Paulo
Qual região do Brasil enfrenta maiores dificuldades econômicas em comparação com o Sudeste?
- A) Sul
- B) Centro-Oeste
- C) Norte
- D) Nordeste
- Resposta: D) Nordeste
Qual é um dos principais desafios da urbanização acelerada no Brasil?
- A) Escassez de recursos naturais
- B) Expansão de favelas
- C) Redução de áreas agrícolas
- D) Diminuição da população rural
- Resposta: B) Expansão de favelas
Qual é uma tendência futura na dinâmica populacional brasileira?
- A) Aumento da população rural
- B) Envelhecimento da população
- C) Diminuição das áreas urbanas
- D) Redução das migrações internas
- Resposta: B) Envelhecimento da população
terça-feira, 3 de setembro de 2024
Fronteiras do Brasil: Limites e Questões Geopolíticas
O Brasil é o maior país da América do Sul e compartilha suas fronteiras com todos os países do continente, exceto Chile e Equador. Conhecer as fronteiras brasileiras é fundamental para entender as relações geopolíticas e os desafios de gestão territorial.
1. Fronteira com a Guiana Francesa A fronteira com a Guiana Francesa é a menor, mas é importante por sua posição estratégica na região amazônica. O Brasil e a Guiana Francesa colaboram em questões ambientais e de segurança.
2. Fronteira com a Venezuela A fronteira com a Venezuela é significativa devido ao recente fluxo migratório causado pela crise política e econômica na Venezuela. O Brasil tem implementado políticas para gerenciar a imigração e oferecer assistência humanitária.
3. Fronteira com o Peru A fronteira com o Peru é marcada pela diversidade de ecossistemas, desde a floresta amazônica até as áreas montanhosas dos Andes. A cooperação entre os dois países é vital para a conservação ambiental e o combate ao tráfico de drogas.
4. Fronteira com a Bolívia A relação com a Bolívia é crucial para a gestão de recursos hídricos, especialmente do Rio Madeira. A fronteira é também uma área de intenso comércio e intercâmbio cultural.
5. Fronteira com a Argentina A fronteira com a Argentina é uma das mais movimentadas, com importantes corredores de comércio e turismo. As duas nações têm acordos para facilitar o trânsito e cooperar em projetos de desenvolvimento regional.
Exercícios:
Qual país da América do Sul o Brasil não faz fronteira?
- A) Chile
- B) Equador
- C) Paraguai
- D) Bolívia
- Resposta: A) Chile
Qual é a principal razão para o fluxo migratório recente na fronteira com a Venezuela?
- A) Catástrofes naturais
- B) Crise política e econômica
- C) Conflitos armados
- D) Mudanças climáticas
- Resposta: B) Crise política e econômica
A fronteira com o Peru é marcada por qual tipo de ecossistema?
- A) Deserto
- B) Savana
- C) Floresta Amazônica e Andes
- D) Campos de gelo
- Resposta: C) Floresta Amazônica e Andes
Qual é um dos principais recursos compartilhados entre o Brasil e a Bolívia?
- A) Ouro
- B) Petróleo
- C) Água do Rio Madeira
- D) Minérios
- Resposta: C) Água do Rio Madeira
O que caracteriza a relação comercial entre Brasil e Argentina?
- A) Baixo nível de comércio
- B) Alta movimentação e turismo
- C) Disputas comerciais frequentes
- D) Cooperação militar
- Resposta: B) Alta movimentação e turismo
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
Explorando os Biomas do Brasil: Diversidade e Importância - Com exercícios
O Brasil é um país de imensa diversidade ecológica, refletida em seus biomas variados. Vamos conhecer melhor cada um deles e entender sua importância para o equilíbrio ambiental e para a vida no planeta.
1. Amazônia A Floresta Amazônica, ou Amazônia, é o maior bioma do Brasil e um dos mais ricos em biodiversidade do planeta. Ela abriga uma infinidade de espécies de plantas e animais, incluindo o boto-cor-de-rosa e a onça-pintada. Este bioma é essencial para a regulação do clima global, através da absorção de dióxido de carbono e da produção de vapor d'água.
2. Cerrado O Cerrado é conhecido por sua vegetação de savana com arbustos e árvores de casca grossa. Este bioma é o segundo maior do Brasil e é fundamental para a produção de água para as bacias hidrográficas do país. Animais como o lobo-guará e a ema habitam o Cerrado, que enfrenta desafios como a expansão agrícola e o desmatamento.
3. Caatinga A Caatinga é um bioma exclusivo do Brasil e caracteriza-se por um clima semiárido e vegetação xerófila, adaptada às condições de seca. Espécies como o tatu-bola e o carcará são típicas da Caatinga. Este bioma enfrenta problemas de desertificação e mudanças climáticas que afetam sua vegetação e fauna.
4. Pantanal O Pantanal é a maior planície alagada do mundo e é conhecido por sua rica biodiversidade, especialmente aves e mamíferos aquáticos. O bioma desempenha um papel crucial na regulação do ciclo das águas e na conservação de espécies ameaçadas, como a onça-pintada.
5. Mata Atlântica A Mata Atlântica é uma floresta tropical que se estende ao longo da costa atlântica do Brasil. Embora tenha sido severamente reduzida pela expansão urbana e agrícola, ainda abriga uma grande diversidade de espécies, como o mico-leão-dourado. Sua preservação é vital para manter a biodiversidade e a estabilidade ecológica.
Exercícios:
Qual é o maior bioma do Brasil em termos de área?
- A) Caatinga
- B) Cerrado
- C) Amazônia
- D) Pantanal
- Resposta: C) Amazônia
Qual bioma brasileiro é conhecido por sua vegetação de savana?
- A) Pantanal
- B) Mata Atlântica
- C) Cerrado
- D) Amazônia
- Resposta: C) Cerrado
Qual bioma enfrenta problemas significativos de desertificação?
- A) Pantanal
- B) Mata Atlântica
- C) Caatinga
- D) Cerrado
- Resposta: C) Caatinga
Qual bioma é famoso por ser uma planície alagada e rica em avifauna?
- A) Cerrado
- B) Caatinga
- C) Pantanal
- D) Amazônia
- Resposta: C) Pantanal
Qual é uma das principais espécies encontradas na Mata Atlântica?
- A) Onça-pintada
- B) Mico-leão-dourado
- C) Lobo-guará
- D) Tatu-bola
- Resposta: B) Mico-leão-dourado
segunda-feira, 11 de outubro de 2021
Iluminismo
Fonte:https://www.politize.com.br/iluminismo/#:~:text=O%20Iluminismo%20se%20iniciou%20como,em%20detrimento%20do%20pensamento%20religioso.
O que foi o Iluminismo?
O Iluminismo se iniciou como um movimento cultural europeu do século XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas, econômicas e sociais na sociedade da época. Para isso, os iluministas acreditavam na disseminação do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do pensamento religioso. Vale ressaltar que os iluministas não eram ateus, porém, eles acreditavam que o homem chegaria a Deus por meio da razão.
Grandes pensadores, de diversas áreas, fizeram parte dessa corrente com o intuito de acelerar o progresso da humanidade. O precursor do iluminismo René Descartes (1596 – 1650), considerado o pai do racionalismo, dissertou em sua obra “Discurso do Método”, que para se compreender o mundo, deve-se questionar tudo. Essa nova forma pensar se opunha ao raciocínio da época, já que naquele período histórico, os governos autoritários e a igreja católica não permitiam questionamentos.
O pensamento iluminista foi importante para o desenvolvimento da ciência e do humanismo – que pregava a centralidade e racionalidade humana. Várias obras foram desenvolvidas nesse período, e uma em especial sintetizava a ideia de disseminação do conhecimento pregada pelos iluministas: a Enciclopédia.
A Enciclopédia, editada por Denis Diderot (1713 – 1784), continha milhares de artigos e ilustrações de diversos cientistas, filósofos e pesquisadores de campos de conhecimentos distintos. Essa obra teve 35 volumes e foi muito importante na exposição dos conhecimentos humanos em um formato ordenado e metódico, com o intuito de apresentar uma alternativa aos ensinamentos impostos pela religião.
Os iluministas também questionavam os poderes absolutistas dos governos, pregando assim maiores liberdades individuais e políticas. Na economia, não foi diferente, nesse período, as ideias desenvolvidas por Adam Smith (1723 – 1790) foram aceitas como uma forma de substituir o modelo mercantilista, pois os iluministas tinham uma crença em que esse novo meio econômico seria ideal para um maior progresso, liberdade e justiça social.
Por fim, esse movimento também merece ser lembrado pelas consideráveis conquistas nos âmbitos sociais e nas liberdades individuais, pois a sua crença buscava uma maior igualdade entre as pessoas, pondo um fim nas sociedades estamentais – estrutura social em que não era permitido ascensão social e cada grupo tinha a sua função para a sociedade pré-determinada. Além disso, os ideais iluministas acabaram guiando diversas nações para o fim de governos absolutistas e para a busca da independência dos países que ainda estavam sob controle de uma nação estrangeira.
Qual o contexto do surgimento desse movimento?
Naquele período, a Igreja Católica era detentora do conhecimento e a sua forma de pensar era soberana. Não havia linhas de pensamento alternativas, pois o clero fazia questão de impor as suas doutrinas religiosas para todos os cidadãos.
O domínio dos católicos na sociedade europeia foi herdado da Idade Média, período no qual a doutrina posta era teocêntrica. Entretanto, desde Galileu Galilei (1564 – 1642), considerado o “pai da ciência moderna”, que descobriu que a Terra não era o centro do universo, o conhecimento eclesiástico começou a perder o seu domínio.
Nesse contexto, em que o pensamento científico vinha ganhando forma e seguidores após Galileu, o Iluminismo incorporou a ciência como um forte alicerce para os que defendiam uma maior racionalidade no desenvolvimento intelectual.
Ainda sobre religião, na época, não existia liberdade religiosa, assim os cidadãos eram induzidos a crer na religião única do Estado em que viviam. As outras formas de expressão de fé eram taxadas como “erradas”, por não seguirem os preceitos estabelecidos pela religião oficial. É, a partir desse cenário, contrariados pela restrição da liberdade religiosa, que os iluministas defenderam a livre escolha de crença pelos indivíduos, podendo até escolher não tê-la.
Na política, o Absolutismo, que garantia poderes ilimitados aos seus governantes, foi um dos grandes alvos do movimento iluminista. Assim como o controle religioso, essa forma de governo também foi herdada da Idade Média, ela consistia em nobres governando e vivendo as custas da população, com a benção dos religiosos.
O povo acabava se subjugando a esse formato de governo, seja pelo medo ou pela crença religiosa, e ainda ficavam como responsável por pagar impostos e trabalhar para que os nobres e o clero aproveitassem os seus diversos privilégios.
Os debates sobre essa forma de se governar foram se acentuando com o avanço do movimento Iluminista. Inclusive, foi um dos mais renomados intelectuais iluministas, Montesquieu (1689 – 1755), que através do seu livro “Espírito das Leis”, trouxe uma nova forma de pensar o governo. O autor sugeriu a tripartição do poder em legislativo, judiciário, e executivo, como forma de evitar abusos por parte das autoridades.
Na questão econômica, o modelo mercantilista trazia duas questões determinantes para o contexto daquele momento histórico:
1) O modelo econômico acabou enriquecendo a burguesia – formada por profissionais liberais e comerciantes -, que com o passar dos anos começaram a questionar a estrutura da sociedade da época;
2) O mercantilismo era um modelo econômico em que o Estado intervia demais, limitando assim a liberdade dos agentes econômicos em uma sociedade.
Além disso, nesse período surgia um novo economista, Adam Smith, pregando um modelo econômico mais livre e com uma capacidade de geração de riqueza muito maior do que era usado até então, o capitalismo.
E com base nesse contexto econômico apresentado, o movimento iluminista se caracterizou por ser contrário ao mercantilismo, pregando assim um sistema mais livre, racional e justo, na qual existia a possibilidade de ascensão social por parte dos cidadãos.
Por fim, vale lembrar que o conceito de propriedade privada não estava muito bem estabelecido na Idade Média e foi um ponto importante nos debates iluministas. Entretanto, não havia consenso entre os próprios intelectuais do movimento, pois John Locke (1632 – 1704) enfatizava o direito natural do homem a propriedade, ao passo que Rousseau (1712 – 1778) ia na direção oposta, na qual apontava a propriedade privada como a razão dos males da humanidade.
Quais as suas principais ideias?
Podemos sintetizar as principais ideias iluministas da seguinte forma:
- Valorização do pensamento racional. Os Iluministas consideravam a razão e a possibilidade de se questionar e investigar como o melhor instrumento para se alcançar qualquer tipo de conhecimento;
- Defendiam os direitos dos indivíduos por acreditarem que todos deveriam ter seus direitos naturais, como à vida e liberdade, protegidos;
- Eram críticos aos regimes absolutistas e autoritários, que até então dominavam o cenário europeu. Por isso defendiam uma maior divisão do poder do Estado;
- Defendiam a liberdade política, econômica e religiosa de todos perante a lei;
- Criticavam o conhecimento sob controle da Igreja Católica, embora não fossem contra a crença em Deus;
- Defendiam um novo sistema econômico, em troca do criticado mercantilismo;
- Eram contra todos os privilégios da nobreza e do clero.
Quais movimentos foram influenciados por ele?
Os ideais iluministas foram pontos centrais na Revolução Francesa, de 1789. Os conceitos de igualdade, liberdade e fraternidade, desenvolvidos pelos iluministas, foram aplicados durante o processo revolucionário francês.
A França vivia sob o Antigo Regime, em que o governo era absolutista e o conhecimento era pautado pelo clero. Não havia liberdade política, econômica e social. Os burgueses, formados por profissionais liberais, em sua maioria, pagavam altos impostos para sustentar as classes dominantes e não viam nenhuma possibilidade de mobilidade social, além disso havia também uma população que sofria pela crise fiscal que assolava o país.
A burguesia conseguiu a adesão das camadas mais populares, especialmente a dos camponeses, na revolta contra esse regime obsoleto. Esse momento histórico foi marcante para a sociedade francesa, assim como para todo o mundo, pois ali se via uma grande nação rompendo com uma estrutura social e com o pensamento oriundo da Idade Média.
Em 1776, a Revolução Americana, que culminou na independência dos Estados Unidos, também foi inspirada nos ideais iluministas. Os americanos que viviam sob forte controle britânico começaram a questionar os impostos e a presença militar em seu território.
Impulsionados pelos ideais de liberdade dos iluministas, os nativos resolveram expulsar os ingleses após consecutivos problemas originados pelas leis fiscais criadas para beneficiar os colonizadores. Após a vitória na guerra pela independência, os Estados Unidos instituíram uma república presidencialista, o federalismo e as liberdades individuais.
Na primeira eleição, George Washington (1732 – 1799) venceu a votação e se tornou o primeiro líder americano eleito democraticamente.
No Brasil, diversos movimentos basearam-se nos ideais iluministas, como foi o caso da Inconfidência Mineira. Os mineiros não queriam mais ficar sob a tutela dos portugueses, pois assim como ocorreu nos Estados Unidos, eles estavam cansados da política fiscal dos colonizadores.
Para resolver esse problema, os inconfidentes tinham por objetivo o rompimento com Portugal. Com o rompimento, eles buscavam fazer a proclamação de sua república, em que deveriam ocorrer eleições, aos moldes de como foi feito pelos americanos. Além disso, os mineiros também buscavam maiores liberdades individuais e um maior investimentos em suas indústrias e universidades.
Um fato interessante, e que mostra o reflexo francês na mentalidade mineira, está na bandeira que os inconfidentes queriam para o seu novo país. A bandeira proposta por eles continha a frase latina Libertas quae sera tamen (Liberdade ainda que tardia), na qual, posteriormente, acabou sendo inserida com um desenho e lema semelhantes para a criação da bandeira do Estado de Minas Gerais.
Qual o seu legado para os dias de hoje?
Atualmente, ainda vivemos sob influência do Iluminismo em temas como a limitação do poder do estado sobre o indivíduo, os ideais e lutas pelos direitos individuais, tal como a vida, a liberdade, a dignidade e outros. Para mais, o pensamento iluminista é vivido no campo econômico, visto que os mesmos defendiam a ideia de uma economia de livre mercado e liberal.
O Iluminismo também influenciou o direito. A exemplo das obras de John Locke e Montesquieu, que trataram bastante sobre os direitos naturais e divisão de poderes, pode ser citado como influência direta a tripartição dos poderes entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, tal influência pode ser percebida na mudança das regras do jogo que propiciaram que as sociedades vivessem em sistemas mais democráticos e republicanos.
Por fim, como sintetizou Immanuel Kant, o Iluminismo proporcionou as ferramentas para com que o homem saísse da “menoridade”, para assim explorar as possibilidades de progresso através de sua própria razão, sem se deixar enganar pelas crenças, tradições e opiniões alheias, e foi o que ocorreu. Hoje, podemos ver o resultado disso em avanços na ciência, que trouxe progresso em todas as áreas de conhecimento.
Revolução Francesa
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-francesa.htm#:~:text=A%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Francesa%2C%20ciclo%20revolucion%C3%A1rio,pelo%20t%C3%A9rmino%20do%20Antigo%20Regime.&text=A%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Francesa%20%C3%A9%20o,fim%20do%20absolutismo%20nesse%20pa%C3%ADs.
A Revolução Francesa é o nome dado ao ciclo revolucionário que aconteceu na França entre 1789 e 1799 que marcou o fim do absolutismo nesse país. Essa revolução, além de seu caráter burguês, teve uma grande participação popular e atingiu um alto grau de radicalismo, uma vez que a situação do povo francês era precária em virtude da crise que o país enfrentava.
A Revolução Francesa foi um marco na história da humanidade, porque inaugurou um processo que levou à universalização dos direitos sociais e das liberdades individuais a partir da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa revolução também abriu caminho para a consolidação de um sistema republicano pautado pela representatividade popular, hoje chamado de democracia representativa. A Revolução Francesa só foi possível graças à popularização dos ideais do Iluminismo.
A respeito da importância da Revolução Francesa, o historiador Eric Hobsbawm afirma que
[…] a França que fez suas revoluções e a elas deu suas ideias, a ponto de bandeiras tricolores de um tipo ou de outro terem-se tornado o emblema de todas as nações emergentes […]. A França forneceu o vocabulário e os temas da política liberal e radical-democrática para a maior parte do mundo. A França deu o primeiro grande exemplo, o conceito e o vocabulário do nacionalismo. […] A ideologia do mundo moderno atingiu as antigas civilizações que tinham até então resistido às ideias europeias inicialmente através da influência francesa. Essa foi a obra da Revolução Francesa1.
Acesse também: Conheça a história da revolução burguesa que aconteceu na Inglaterra
Causas
A Revolução Francesa foi resultado da crise política, econômica e social que a França enfrentou no final do século XVIII. Essa crise marcou o fim da monarquia absolutista que existia na França há séculos e da antiga ordem de privilégios que constituía o Antigo Regime Francês. Nessa época, a França era governada por Luís XVI, e a sociedade era dividida em classes sociais, conhecidas como Estados:
Primeiro Estado: clero;
Segundo Estado: nobreza;
Terceiro Estado: povo, definição genérica que incorpora o restante da sociedade francesa.
A sociedade francesa era muito bem definida: um grupo que possuía uma série de privilégios em detrimento do restante do país. É importante observar que o Terceiro Estado era uma classe extremamente heterogênea, formada por grupos distintos, como a burguesia e o campesinato.
De toda forma, a sociedade francesa era marcada por uma desigualdade extrema, uma vez que nobreza e clero gozavam de privilégios, como a isenção de determinados tributos e o direito de cobrar impostos por suas terras. Essa desigualdade social era a raiz da crise enfrentada pela França no século XVIII.
A França, nesse período, começou a sofrer as consequências de seu atraso econômico em relação às mudanças que estavam acontecendo no mundo em decorrência do avanço do capitalismo. As tentativas de reforma que haviam sido cogitadas na segunda metade do século XVIII fracassaram, porque nobreza e clero impunham forte resistência a qualquer medida que resultasse na perda de seus privilégios.
Mapa Mental - Revolução Francesa
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Além do atraso em relação ao avanço do capitalismo, principalmente em comparação com a Inglaterra, havia também os gastos elevados e desnecessários do governo francês nessa época. Um grande exemplo foi o envolvimento da França na Revolução Americana, o que causou um grande impacto na economia francesa.
O resultado foi uma crise econômica duríssima que impactou diretamente as relações sociais, pois a nobreza intensificou a exploração sobre o povo, principalmente sobre o campesinato e a classe média francesa. Isso aconteceu em decorrência da ocupação de cargos governamentais pela nobreza (até então, esses cargos eram destinados à classe média) e do aumento dos impostos cobrados dos camponeses.
Esse aumento de tributos foi extremamente pesado, pois grande parte dos camponeses não possuía terras. Assim, foram obrigados a ceder uma parcela cada vez maior de sua renda, que era utilizada basicamente para a própria subsistência. Dessa forma, a situação do campesinato nos vinte anos que antecederam a Revolução Francesa agravou-se consideravelmente.
Segundo o historiador Hobsbawm, o Estado francês gastava cerca de 20% a mais do que deveria, usava 50% do seu orçamento para pagar dívidas, e a inflação crescia rapidamente2. Tamanha crise econômica demandava reformas, mas, como mencionado, nobreza e clero não estavam dispostos a abrir mão de seus privilégios. Em 1788, as colheitas na França haviam sido ruins, o que aumentou consideravelmente o custo de vida tanto no campo quanto nas cidades. Logo, em 1789, a França já se encontrava em estado avançado de convulsão social. O efeito disso foi que a crise instalada nesse momento empurrou as pessoas para a rebelião e para o banditismo. Para contornar esse cenário, os Estados Gerais foram convocados.
Os Estados Gerais eram uma espécie de assembleia que surgiu na França medieval e que era convocada em momentos de crise (a última convocação havia sido feita em 1614). O povo francês via nessa assembleia uma forma de obter soluções para a situação do país. Para entender essa esperança popular, é importante saber como os Estados Gerais funcionavam.
Os Estados Gerais reuniam representantes dos três Estados que formavam a sociedade francesa. As soluções debatidas nesse conselho eram determinadas a partir de votação, que era realizada por Estado, e não por indivíduo. Sendo assim, nobreza e clero sempre se uniam para derrotar o Terceiro Estado. O grande problema é que, naquele momento, os representantes do Terceiro Estado começaram a exigir que o voto fosse individual, o que possibilitaria que as propostas da burguesia (grupo que representava o povo no conselho) fossem aprovadas. A proposição do Terceiro Estado por voto individual foi rejeitada, o que o motivou a criar uma Assembleia Nacional Constituinte.
Todo esse contexto fez com que o povo colocasse suas esperanças nos representantes do Terceiro Estado. Assim, o apoio popular foi a chave do sucesso das ações da Assembleia Nacional Constituinte. A população, já insatisfeita, enfureceu-se quando o rei mostrou-se contrário à Constituição que estava sendo elaborada e ordenou o fechamento da Constituinte.
Assim, em 14 de julho de 1789, a população parisiense conhecida como sans-culottes rebelou-se e atacou a Bastilha, prisão para onde eram enviados os opositores do Absolutismo Francês e símbolo do Antigo Regime. A Queda da Bastilha, nome pelo qual ficou conhecida a tomada da prisão pela população parisiense, marcou o início da Revolução Francesa e espalhou o fervor revolucionário pelo país.
Etapas da Revolução Francesa
A partir da Queda da Bastilha, o processo revolucionário francês estendeu-se por dez anos e só foi finalizado com o Golpe de 18 de Brumário, organizado por Napoleão Bonaparte. Toda a extensão do processo revolucionário francês é organizado em três fases:
Assembleia Nacional Constituinte e Assembleia Legislativa (1789-1792)
Convenção (1792-1795)
Diretório (1795-1799)
Assembleia Constituinte e Assembleia Legislativa
Em 4 de agosto de 1789, os representantes da Assembleia Nacional Constituinte aboliram os privilégios feudais na França.
Esse é o período inicial da Revolução Francesa e corresponde aos anos em que os constituintes redigiram uma Constituição para a França e ao período da Assembleia Legislativa. Como mencionado, a Queda da Bastilha fez com que se espalhasse o processo revolucionário por todo o país. Os camponeses, temerosos de que a aristocracia reagisse e deixasse-os sem alimentos, partiram para o ataque.
Essa investida, conhecida como Grande Medo, aconteceu entre julho e agosto de 1789 e foi marcada por ataques e saqueamentos contra propriedades de aristocratas e, muitas vezes, pelo assassinato dos donos desses locais. Os camponeses lutavam pelo fim de alguns impostos e exigiam que fosse garantido a eles um maior acesso aos alimentos – a fome era um problema grave entre o campesinato.
Com a radicalização do povo nesse contexto, uma série de mudanças aconteceu na França. Os privilégios feudais foram abolidos no começo de agosto e, no fim desse mês, foi anunciada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, talvez o documento mais importante de toda a Revolução Francesa. Esse documento determinava, teoricamente, que todos os homens eram iguais perante a lei.
O próprio rei Luís XVI tentou fugir da França em 1791, mas foi reconhecido quando se aproximava da fronteira com a Bélgica. Depois de recapturado, foi reconduzido ao Palácio de Tulherias, localizado em Paris. Esse era o local onde o rei morava desde 1789, quando os revolucionários obrigaram-no a abandonar Versalhes.
Nesse período, os revolucionários também atacaram os privilégios do clero por meio da aprovação da Constituição Civil do Clero, em 1790. Essa medida tentou subjugar a Igreja Francesa à autoridade do Estado e contribuiu largamente para que o clero francês aderisse ao esforço contrarrevolucionário.
As tentativas de barrar a radicalização da revolução tornaram-se claras quando foi promulgada a nova Constituição Francesa em 1791. Ela transformou a França em uma Monarquia Constitucional e frustrou aqueles que esperavam que a França seria uma República com ampla democracia. Com isso, a Assembleia Nacional Constituinte transformou-se em Assembleia Legislativa.
Consolidaram-se, então, os dois grandes grupos políticos que marcaram a Revolução Francesa: girondinos e jacobinos. Esses grupos possuíam visões radicalmente diferentes em relação à condução do processo revolucionário. Os girondinos entendiam que as mudanças deveriam ser contidas, já os jacobinos achavam que as mudanças deveriam ser mais radicalizadas.
A Assembleia Legislativa também deu início à guerra contra outras nações europeias. O processo revolucionário francês era visto como um grande ameaça por outras nações absolutistas da Europa. Assim, muitas começaram a conspirar a possibilidade de invadir o país. Antecipando-se a isso, a Assembleia declarou guerra contra a Áustria e a Prússia. A defesa da França foi realizada pela Guarda Nacional, tropa criada em Paris no começo da revolução.
Essa declaração de guerra, que aconteceu em abril de 1792, abriu caminho para a radicalização da Revolução Francesa e deu início a um período conhecido como Terror. O clima de guerra empurrou a sociedade francesa para o lado dos jacobinos e dos sans-culottes. O resultado disso foi que os sans-culottes organizaram-se, derrubaram a Monarquia Francesa e instauraram a República.
Convenção
Maximilien Robespierre, líder dos jacobinos e grande nome do Terror, foi guilhotinado a mando dos girondinos.*
Com a instauração da República na França, a Assembleia Legislativa foi substituída pela Convenção, inaugurada em setembro de 1792. Os membros da Convenção foram determinados por sufrágio universal masculino. Com isso, Luís XVI deixou de ser o rei da França, e um novo debate surgiu: a execução do rei.
Enquanto os girondinos exigiam que Luís XVI fosse exilado, os jacobinos exigiam sua execução. O destino do rei foi selado quando foram descobertas evidências que associavam-no ao esforço contrarrevolucionário realizado no exterior. Assim, o rei foi executado em janeiro de 1793.
O regicídio inaugurou o período do Terror, no qual jacobinos liderados por Maximilien Robespierre radicalizaram a revolução na tentativa de impor uma ampla agenda reformista no país. Apesar de a Convenção ser a instituição mais importante do país, os jacobinos impuseram seus ideais por meio do Comitê de Salvação Pública.
A República liderada por jacobinos ficou marcada por conseguir estabilizar a situação do país e colocar a guerra e as massas populares sob controle. Apesar disso, a guerra agravou-se depois da execução do rei, porque os países absolutistas alarmaram-se com o regicídio cometido pelos jacobinos. Outra marca jacobina era a perseguição a todos os seus opositores.
Com a Lei dos Suspeitos, os jacobinos começaram a perseguir todos aqueles que eram considerados inimigos da revolução. Os suspeitos eram julgados e, se condenados, guilhotinados. A fase do Terror foi responsável por 17 mil mortes em cerca de 14 meses3. Foram abolidos os privilégios feudais que existiam no país e imposta uma economia de guerra. As medidas na economia, no entanto, atrasaram o desenvolvimento capitalista da França.
A atuação dos jacobinos gerou, naturalmente, uma reação dos grupos conservadores, representados pelos girondinos. Essa articulação contou com o apoio da alta burguesia francesa e resultou num golpe conhecido como Reação Termidoriana, que aconteceu em 1794. A partir dessa data, os girondinos tomaram uma série de medidas que reverteram as decisões jacobinas. Em 1795, a Convenção foi substituída pelo Diretório. Com a Reação Termidoriana, vários jacobinos, incluindo Robespierre, foram guilhotinados.
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Diretório
Com a derrocada jacobina, os girondinos e a alta burguesia francesa redigiram uma nova Constituição para a França e restauraram algumas medidas, como o voto censitário. Foi um período autoritário no qual o exército francês foi utilizado várias vezes para reprimir o povo. Além disso, houve resistência às tentativas de golpe por parte de jacobinos e monarquistas.
A instabilidade que a França vivia fez com que a alta burguesia francesa defendesse esse autoritarismo, pois as massas estavam insatisfeitas, a economia estava ruim e a guerra ameaçava o país. Por isso, passaram a defender a implantação de uma ditadura no país sob o governo de uma figura forte, autoritária. Dessa forma, nasceu o apoio a Napoleão Bonaparte, general famoso por liderar os exércitos franceses na luta contra as coalizões internacionais.
O resultado disso foi a organização de um golpe por Napoleão, que, em 1799, tomou o poder da França em um evento conhecido como Golpe do 18 de Brumário. Iniciou-se, então, o Período Napoleônico.
Consequências
Os dez anos da Revolução Francesa geraram diversas consequências para a França e para o mundo. Algumas consequências de destaque foram:
Fim dos privilégios de classe na França;
Fim de qualquer resquício do feudalismo no país e início da consolidação do capitalismo;
Início do processo de queda do absolutismo na Europa e na França;
Inspiração para movimentos de independência no continente americano;
Popularização da república como forma de governo;
Separação entre os poderes;
Imposição das liberdades individuais, que tornavam os homens “iguais perante a lei”.
Revolução Industrial
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/revolucao-industrial-2.htm
Por Revolução Industrial, as ciências humanas compreendem como o período de grande desenvolvimento tecnológico que foi iniciado na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII. Com o tempo, esse desenvolvimento espalhou-se para outras partes do mundo, como a Europa ocidental e os Estados Unidos. Assim, surgiu a indústria, e as transformações causadas por essa possibilitaram a consolidação do capitalismo.
A economia, a nível mundial, sofreu grandes transformações. O processo de produção de mercadorias acelerou-se bastante, já que a produção manual foi substituída pela utilização da máquina. O resultado foi o estímulo à exploração dos recursos da natureza de maneira excessiva, uma vez que a capacidade produtiva aumentou. A Revolução Industrial também impactou as relações de trabalho, gerando uma reação dos trabalhadores, cada vez mais explorados no contexto industrial.
O início da Revolução Industrial ocorreu pelo desenvolvimento da máquina a vapor, que aproveita o vapor da água aquecida pelo carvão para produzir energia e revertê-la em força para mover as máquinas. Na Inglaterra, ainda no final do século XVII, foi criada a primeira máquina desse tipo, por Thomas Newcomen, e, na década de 1760, esse equipamento foi aprimorado por James Watt.
Muitos historiadores sugerem, então, que a década de 1760 tenha sido o ponto de partida da Revolução Industrial, mas existe muita controvérsia a respeito da datação do início dessa revolução. De toda forma, é importante atermo-nos ao fato de que a Revolução Industrial ficou marcada pelo desenvolvimento tecnológico e de máquinas que transformou o estilo de vida da humanidade.
As primeiras máquinas que surgiram voltavam-se, principalmente, para atender as necessidades do mercado têxtil da Inglaterra. Sendo assim, grande parte das primeiras máquinas criadas veio com o objetivo de facilitar o processo de produção de roupas. Essas máquinas teciam fios em uma velocidade muito maior que a do processo manual, e podemos destacar algumas delas, como a spinning frame e a water frame.
Com o tempo e à medida que os grandes capitalistas foram enriquecendo, o lucro de suas indústrias começou a ser revertido em investimento para o desenvolvimento das estradas de ferro, por exemplo. O surgimento da locomotiva e da estrada de ferro permitiu que as mercadorias pudessem ser transportadas com maior rapidez e em maior quantidade. Isso aconteceu porque o lucro da indústria inglesa era tão alto que permitiu a diversificação dos investimentos em outros segmentos.
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O trabalhador
A Revolução Industrial causou profundas transformações no mundo, e uma dessas transformações deu-se no processo produtivo e no estilo de vida dos trabalhadores. Para que possamos entender como a vida do trabalhador mudou, precisamos visualizar, antes, as mudanças no processo de produção de mercadorias utilizando o contexto da produção têxtil.
Antes da Revolução Industrial, o processo de produção era manufatureiro, ou seja, a produção acontecia em uma manufatura, na qual a produção era manual e o trabalhador realizava seu trabalho por meio de sua capacidade artesanal. Com o desenvolvimento das máquinas, a produção passou a ser parte da maquinofatura, isto é, a máquina era a grande responsável pela produção.
Assim, se, antes da máquina, a produção necessitava da habilidade artesanal do trabalhador, agora, isso não era mais necessário porque qualquer trabalhador poderia manejar a máquina e realizar todo o processo sozinho. Na prática, isso significa que não era mais necessário um trabalhador com habilidades manuais, e o resultado disso foi que seu salário diminuiu.
O historiador Eric Hobsbawm traz um dado interessante que comprova essa observação. Utilizando como base o salário de um artesão que trabalhava na cidade de Bolton (cidade inglesa próxima à Manchester), ele aponta que, em 1795 (no começo da Revolução Industrial), o salário médio era de 33 shillings. Em 1815, esse salário já havia caído para 14 shillings, e, entre 1829-1834, ele já era inferior a 6 shillings.|1| Esse processo de quedas salariais aconteceu em toda Inglaterra e espalhou-se pela Europa na medida em que ela industrializou-se.
Além do salário extremamente baixo, os trabalhadores eram obrigados a aceitar uma carga de trabalho excessivamente elevada que, em alguns casos, chegava a 16 horas diárias de trabalho, das quais o trabalhador só tinha 30 minutos para almoçar. Essa jornada era particularmente cruel porque todos aqueles que não a aguentassem eram prontamente substituídos por outros trabalhadores.
O trabalho, além de cansativo, era perigoso, pois não havia nada que protegesse os trabalhadores, e eram comuns os acidentes que os faziam perder os dedos ou mesmo a mão em casos mais graves. Os afastados por problema de saúde não recebiam, pois o salário só era pago para aqueles que trabalhavam. Os que ficavam fisicamente incapacitados de exercer o serviço eram demitidos e outros trabalhadores contratados.
Na questão salarial, mulheres e crianças também trabalhavam e seus salários eram, pelo menos, 50% menores do que os dos homens adultos. Muitos patrões preferiam contratar somente mulheres e crianças porque o salário era menor (e, por conseguinte, seu lucro maior) e essas eram mais sujeitas a obedecerem às ordens, sem se rebelarem.
Esse quadro de extrema exploração dos trabalhadores fez com que esses se mobilizassem em prol de melhorias de sua situação. Assim, foram criadas as organizações de trabalhadores, conhecidas no Brasil como sindicatos e na Inglaterra como trade union. As maiores reivindicações dos trabalhadores eram melhorias no salário e redução da carga de trabalho.
A mobilização dos trabalhadores deu surgimento a dois grandes movimentos, na primeira metade do século XIX, na Inglaterra, que são o ludismo e o cartismo.
O primeiro atuou no período entre os anos de 1811 e 1816 e ficou marcado pela mobilização de trabalhadores para invadir as fábricas e destruir as máquinas. Os adeptos do ludismo acreditavam que as máquinas estavam roubando os empregos dos homens e, assim, era necessário destruí-las. A repressão das autoridades inglesas sobre o ludismo foi duríssima, e o movimento teve atuação muito curta.
O segundo surgiu na década de 1830 e mobilizou trabalhadores para lutar por direitos trabalhistas e também por direitos políticos. Os cartistas tinham como uma de suas principais exigências o sufrágio universal masculino, isto é, exigiam que todos os homens tivessem direito ao voto. Além disso, reivindicavam que a classe trabalhadora tivesse representação no Parlamento.
Os protestos de trabalhadores na Inglaterra resultaram em algumas melhorias para essa classe, e essas melhorias foram obtidas, principalmente, por meio da greve. Um dos grandes ganhos dos movimentos de trabalhadores na Inglaterra foi conquistar a redução da jornada de trabalho para 10 horas por dia.
Importante mencionar que a mobilização de trabalhadores não foi resultado apenas da Revolução Industrial, uma vez que, na história recente da Europa, as populações mais pobres revoltavam-se contra as autoridades. Um exemplo na própria história inglesa foram os diggers, que se mobilizaram durante os anos da Revolução Puritana.
Na Inglaterra
As minas de carvão foram muito importantes para o desenvolvimento da Revolução Industrial na Inglaterra.
A Revolução Industrial, como mencionamos, iniciou-se na Inglaterra no século XVIII e, com o tempo, espalhou-se pela Europa, Estados Unidos, Japão etc. A pergunta que instiga muitos é: por que esse acontecimento deu-se na Inglaterra? Isso aconteceu porque a Inglaterra reunia todas as condições necessárias para tanto.
Primeiro, o desenvolvimento tecnológico e industrial que aconteceu na Inglaterra só foi possível pelo estabelecimento precoce da burguesia no poder inglês. Isso porque a Inglaterra foi o primeiro país absolutista a passar por uma revolução burguesa — a Revolução Gloriosa, que aconteceu no ano de 1688. A partir dela, a burguesia estabeleceu-se no poder, e isso garantiu o desenvolvimento da economia inglesa.
Com essa revolução, o país converteu-se em uma monarquia constitucional parlamentarista, na qual o poder dos reis estava submetido ao Parlamento. Desse modo, a burguesia, consolidada no poder, começou a tomar medidas que a fortaleciam e atendiam seus interesses economicamente. Antes disso, a economia inglesa havia sido beneficiada por uma medida tomada em 1651, antes mesmo da Revolução Gloriosa.
Nesse ano, foram decretados, por Oliver Cromwell, os Atos de Navegação — uma lei que determinava que as mercadorias compradas e vendidas pela Inglaterra só seriam transportadas por embarcações inglesas. Isso alterou as rotas marítimas inglesas e transformou o país na maior potência comercial do mundo, dando início ao processo de acumulação de capital no país. Esse capital excedente foi utilizado no desenvolvimento das máquinas, tempos depois.
Além do capital para investir no desenvolvimento industrial, era necessário também que houvesse grande quantidade de mão de obra para trabalhar nas indústrias. Acontece que a Inglaterra do século XVIII tinha uma grande quantidade de mão de obra, fruto dos cercamentos que forçaram os camponeses ingleses a mudarem-se para as cidades inglesas.
Esses cercamentos eram resultado da Lei dos Cercamentos, uma lei inglesa que permitia que as terras comuns utilizadas pelos camponeses fossem cercadas e transformadas em pasto para a criação de ovelhas. Essas terras comuns eram parte de um sistema feudal que separava determinadas áreas para que os camponeses cultivassem-nas.
Os cercamentos resultaram na expulsão dos camponeses de suas terras, uma vez que essas estavam sendo transformadas em pasto e esses não tinham mais como sobreviver no campo. Assim, os camponeses eram obrigados a irem para o único lugar onde poderiam obter um sustento: as cidades. Lá, tornaram-se mão de obra que alimentava as indústrias, e essa grande disponibilidade dava aos patrões um poder de pressão sobre o salário dos trabalhadores.
Por último, mas não menos importante, é necessário destacar que a Inglaterra possuía uma grande reserva exatamente das duas matérias-primas mais importantes para o desenvolvimento industrial naquele momento: carvão e ferro. Essas matérias eram essenciais para a construção das máquinas e para seu funcionamento (à base do vapor da água).